Por que alta tensão na transmissão?
Após a geração da energia, usa-se as linhas de transmissões para transportá-las. Como os condutores não são ideais, há uma resistência aparente contra a passagem desta energia.
Como a resistência está ali, e não é possível torná-la zero, a solução é reduzir a corrente que passa nos condutores, visto que a potência dissipada num resistor (neste caso, os condutores) é igual a R.I².
Na fonte, este aumento de tensão não acarreta nenhuma mudança: o transformador continua fornecendo a mesma potência, pois pela fórmula , a relação de proporção (que é a potência), continua sendo a mesma.
Na linha, o que ocoorre é que a potência dissipada R.I² é menor, pois a corrente I é menor. Deste jeito, economiza-se na bitola do fio, o que gera uma enorme economia: diretamente, pois condutores de menor seção são mais baratos e, também, quanto menor a seção, menor é o peso e menor será o esforço exigido das estruturas.
Outros benefícios ao se transmitir energia em alta tensão (baixa corrente): menor queda de tensão (menor produto R.I) e menor vibração (menor corrente significa menos carga pela seção por segundo).
Já os pontos negativos do trabalho com alta tensão é a questão da isolação. Um curto entre fases é muito mais fácil, pois quanto maior é a tensão, mais próximo do limiar da rigidez dielétrica do ar. E também a isolação para a terra (isoladores das estruturas), que tem que ser mais robusta.
Outro fator é o aumento do efeito corona, que gera ruídos eletromagnéticos. O aumento da tensão causa aumento no campo elétrico em volta dos condutores, o que intensifica a corona.
junho 28th, 2008 at 22:48
Prezado colega esqueceu o principal, a reatância da linha, tal que em linhas extra-longas se utiliza a transmissão em corrente contínua (CCAT)e nessa podemos encontrar cargas espaciais.
No sistema CCAT Itaipu encontramos tensão de 1,2 MVcc, com tensão de 600 kVcc, positivo e negativo em relação a terra, e com corrente 3000 A. Funcionamento pode ser em bipolar para funcionamento normal e monopolar com retorno via terra quando há falha de um dos polos, e ainda pode funcionar em multiplo de 300 kVcc de cada polo. Quando em funcionamento monopolar pode gerar elevação de potencial de solo no seu aterramento do Neutro que se localiza a dezenas de quilometros da sub-estação conversora, e interferência eletromagnética por causa de seus harmônicos ao seu redor em quilometros. Há duas linhões de ordem de 800 km.
E também há duas linhões do sistema CAAT de 750 kVca. Espero essa informação complemnta sobre transmissão de energia.
fevereiro 19th, 2009 at 14:29
Achei muito interessante o comentário do Sr. Pedro.
abril 24th, 2010 at 0:31
Achei muito interessante mas não consegui a resposta para meu dilema,pois procuro há tempos este esclarecimento e ainda não consegui.
Eu não entendo a natureza da voltagem, me pergunto sempre, se a Amperagem em sua essência é a passagem de elétrons por um determinado tempo (C/s), qual diferença física (literal) existe em se enviar 1 Ampére a 127V ou a 1000000V?
Peço desculpas se a pergunta é parva para vosso nível, mas este esclarecimento será de grande ajuda.
agosto 7th, 2010 at 17:06
Caro Adriano, vou tentar esclarecer sua dúvida, por favor me corrijam se estiver equivocado.
A relação entre amperagem e voltagem está liga a potência da carga a ser alimentada, sendo P=i.U.
Ou seja, 1A em 12V resultará em 12W de potência. 1A em 127V em 127W de potência.
Voltagem = diferença de potencial. Um exemplo grosseiro agora: Suba a 12m de altura e solte de lá em direção ao solo um objeto de 1Kg. O impacto com o solo (potência, trabalho realizado) será muito menor do que se esse objeto de 1Kg for solto de 127m de altura.
Por isso, um chuveiro elétrico de 5500W alimentado a 220V precisa da metade da corrente (25A) para realizar o mesmo trabalho que outro chuveiro de 5500W ligado em 110V (50A).
Espero ter ajudado.
agosto 7th, 2010 at 23:45
Legal, é isso mesmo. Sendo que esses cálculos são apenas para circuitos monofásicos de FP unitário.